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Visitando as galerias do Chelsea com Claudia Calirman – parte I

O que não falta em New York é museu, galeria, studio e espaço alternativo para arte. Mesmo que você venha bastante, conheça bem a cidade, fica difícil escolher entre as inúmeras opções de galerias e exposições em cartaz. Existem prédios inteiros dedicados a elas!! Você encontra galerias pequenas, outras que parecem museus, galerias que representam artistas conhecidos internacionalmente e outras com artistas emergentes.

Pensando nisto e contando com a ajuda preciosa da doutora em arte, curadora e querida Claudia Calirman para esta seleção, fizemos um tour por cerca de 14 galerias com as mostras mais bacanas pra te mostrar o que está acontecendo no mês de outubro de 2013 pelo Chelsea.

Como são muitas galerias, fotos e artistas, vou dividir em mais de um post para facilitar a visualização e não cansar, assim podemos absorver melhor as informações.

O lugar marcado para começar o tour foi o Chelsea Market, antiga fábrica dos biscoitos Nabisco e agora um paraíso gourmet. Restaurantes bons e badalados, cafeterias, lojas e nos andares superiores studios de artistas.
Marcamos exatamente aqui, na Sarabeth’s Bakery

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Saímos em direção à 18th street e entramos na Hauser &Wirth, onde começamos com uma exposição de Brasil. “Sensitive Geometries Brazil. 1950s -1980s. As obras são de um período pós-guerra, onde os artistas experimentavam as possibilidades de expressão dentro de uma linguagem geométrica. Chamada de arte concreta, você pode ver os trabalhos apresentados na galeria clicando aqui.

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Lothar Charoux — Composição, 1964
Gouache on paper
50 x 70 cm / 19 5/8 x 27 1/2 in

Na mesma galeria vimos a exposição “Something Ancient, Someting New, Something Blue” do artista Mattew Day Jackson. Um trabalho centrado em pesquisas arqueológicas, no pós guerra, no antigo, no novo, em esqueletos, morbidez, um discurso conceitual baseado nestas relaçōes.

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Alone in Relationship to the Absurd, 2013
Scorched wood, fiberglass insulation, tar paper, steel, wiring, plastic, bronze, Plexiglas, aluminium
127.1 x 121.9 x 121.9 cm
Clicando aqui você pode ver outras obras da exposição.

Seguindo pela 19th street, a segunda galeria David Zwirner
Aqui vimos a exposição de fotos, Hustlers series, desenvolvida cerca de 20 anos atrás, nas proximidades de Los Angeles, o artista Philip-Lorca Dicorcia contratou meninos de programa para que posassem pra ele, pagando o que eles cobravam pelo programa. Criou cenários para fotografar estes rapazes, com luz, fundo e tema para cada foto.
Nas informações sobre cada foto aparece também o valor pago pelo”programa”

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Tim, 27 years old, Orange County, California, $30, 1990-1992
Chromogenic print, (78.1 x 109.5 cm)

A próxima galeria também na 20th street, a Ziehersmith pudemos ver a exposição “Observer Effect” de Mike Womack que apresentou 14 esculturas que tomaram corpo em 2011 quando o artista estava cuidando de sua mãe doente que lutava com a memória de curto e longo prazo. O artista fez sessōes de hipnose para resgatar lembranças e memórias e segundo ele seu desejo era, extrair memórias de infância na forma de desenhos e re-enterrar-los em um cofre de aluguel, mas decidiu lança-los na forma de concreto, como esculturas.

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Seguimos para a Bortolami Gallery, onde estava em cartaz “Interior Color Beauty” uma exposição de novas pinturas de Morgan Fisher em sua segunda exibição na galeria. São 25 pinturas onde o artista faz combinações de cores para o interior baseado no livro “Exterior and Interior Color Beauty” produzido em 1935 por General Houses, uma construtora de casas pré-fabricadas.
As cores foram escolhidas de acordo com o catálogo de quais seriam os melhores tons para a sala de estar, jantar, o hall e a cozinha. A organização do livro determinou a organização da exposição.
Os trabalhos foram desenvolvidos na mesma madeira das casas pré- fabricadas.
Muitos dos trabalhos de pintura e escultura do artista estabelecem relaçōes com a arquitetura, como os que pudemos ver nesta mostra.

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A seguinte galeria visitada, Pace Gallery, é bem conhecida e esteve presente no Brasil na sp-arte, feira de arte que acontece anualmente na cidade de São Paulo.
Robert Ryman estava com a exposição Recent Paintings.

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E fechando este primeiro post visitamos outro espaço da David Zwirner na mesma rua 20th street, apresentando obras do artista John MacCracken(1934-2011)

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Revista Trailer Brasil

A revista Trailer Brasil é a mais nova revista do mercado de moda. Lançada dia 03 de setembro na Casa Fasano em São Paulo, promete antecipar e trazer em primeira mão, antes dos desfiles, ” as tendências que devem ser trabalhadas pelas marcas brasileiras”, com foco nos donos de multi-marcas.

“O conteúdo da primeira edição da Revista Trailer Brasil antecipa as principais tendências da temporada Outono/Inverno 2014. Nela, você encontra os editoriais “Red Obsession”, criado inteiramente na cartela de cores que vai do bordô ao vermelho; ”Forma e Conteúdo”, que brinca com formas retas e minimalistas e, “Índigo Blue”, em que o bom e velho jeans é revisitado das mais diversas formas. Ao longo da edição, está também nossa pesquisa minuciosa sobre padronagens, modelagens, formas e cores, que são deleite para os olhos. Além disso, uma entrevista tête-à-tête com as musas da moda brasileira, Regina Guerreiro e Costanza Pascolato, e outras surpresas”.

Eu dou destaque para duas matérias: a entrevista/conversa de Regina Guerreira e Costanza Pascolato que foi uma conversa na hora do chá(feita mesma na hora do chá!!), bem interessante, fiquei com vontade de “escutar” o próximo encontro, e o editorial de moda feita no MuBE Museu Brasileiro de Escultura, fazendo um paralelo entre as formas do museu e as modelagens, as fotos estão incríveis!

Interessante que em tempos de internet, blogs e notícias virtuais, tempo em que as tradicionais buscam outras plataformas para conseguir leitores e interagir com eles, que apareçam revistas, dentro do modelo que já conhecemos de publicação impressa.
Pessoalmente amo folhear uma revista, mas acredito que elas precisam inovar no conteúdo, na forma de apresentação, arrasar nas imagens, diagramação e fotos que devem ser cada vez mais autorais.

Que assim seja pra Revista Trailer!
Vida longa!

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Estas flores falam: lê pra saber o quê.

Acho que os milhões e milhões de pessoas que entram e saem deste  tão importante e incrível Museu – o Metropolitan Musem em Nova York,  nunca pensaram nas flores que decoram a entrada.
Nesta matéria, escrita por Tania Menai,  você vai saber sobre a  história delas.
Lê que você vai entender sobre o que aquelas flores falam.

Boa leitura!!

O museu mais lindo e importante de Nova York, o Metropolitan Museum of Art, ou Met para os íntimos, nos arrepia logo na entrada. No vão principal, conhecido como Great Hall, onde milhares de visitantes se esbarram por dia, há um detalhe marcante: as flores. Em cinco vasos gigantes, elas nos presenteiam com um ar de novidade, de frescor e de vida. Trocadas todas as segundas-feiras, quando o museu fecha para visitação pública, este presente está lá graças a uma mulher. Lila AchesonWallace(1889-1984) que, ao falecer, deixou parte de sua fortuna para que as flores do Met não morressem com ela. Isso se chama filantropia. E também se chama amor.

Lila, juntamente com seu marido DeWitt Wallace, fundou em 1922 a revista Reader’sDigest. Hoje, a publicação tem 100 milhões de leitores em 163 países. Mas o começo não foi fácil: depois de baterem `a porta de diversas editoras e ouvirem ‘não’,resolveram colocar a mão na massa no porão do apartamento do casal, no GreenwichVillage, em Manhattan. Na época, a circulação contabilizava  5 mil exemplares. Lilacuidava dos negócios e DeWitt, da parte editorial.

Filha de imigrantes irlandeses e escoceses da igreja presbeteriana, Lila era a terceirade cinco filhos. Cresceu no centro-oeste americano e na infância andava `a cavalo e caçava. Formou-se em inglês e – ao contrário da vontade do pai, que não queria vê-la trabalhar – ela iniciou sua carreira como professora. Depois disso, voltou-se para trabalhos sociais, principalmente durante a Primeira Guerra Mundial. Lila recusou oprimeiro pedido de DeWitt em casamento, mas não resistiu ao segundo. Quando elefaleceu em 1981, ela passou a ser a única dona da revista. Eles não tiveram filhos.O sucesso editorial lhe deu a oportunidade de gerenciar 60 milhões de dólares em filantropia.
Lila
se dedicou as áreas de saúde, educação, música e artes. Foi uma das maiores doadoras do Met. Se eu tivesse essa fortuna, também seria. Mas, por enquanto, só posso agradecer à esta mulher mignon de 1.60 metros, 54 quilos e coração gigante, pelo prazer que ela nos proporciona até hoje.

Metropolitan Museum of Art – Quinta Avenida entre as ruas 82 e 85 (www.metmuseum.org)

Wallace Foundation – www.wallacefoundation.org

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Vik Muniz é brasileiro!!

Vik Muniz, é realmente  um fotógrafo de idéias. E felizmente ele pode realizar o que imagina.

Afinal não é qualquer um que pode escavar uma imagem no chão para fotografar de um avião ou então colocar um avião fumaça no ar e fotografar as imagens formadas.

Hoje tem a matéria sobre ele escrita por Tania Menai.

Em 2009, o Museu de Arte Moderna do Rio recebeu uma Exposição sensacional, a maior já feita dos trabalhos do fotógrafo.Em seguida, foi a vez do Masp em São Paulo, e obteve um número enorme de visitantes.

Dá orgulho falar que Vik Muniz é brasileiro, não dá?


Ele vive de idéias,
Tania Menai, de Nova York

…Vik gosta de dizer que “ele levou 17 anos para fazer sucesso da noite para o dia.”

Iniciou sua carreira nos anos 70, mudou-se para Nova York em 1983, mas foi em 1995 que ganhou seu primeiro grande reconhecimento. Naquele ano, Vik conseguiu emplacar seu trabalho em duas galerias pequenas – ainda assim, numa delas, suas obras estavam tão escondidas, que quase tocavam o chão.

Tratava-se da série “Crianças de Açúcar”, onde imagens de crianças eram formadas por açúcar e depois fotografadas por Vik. Seu talento, no entanto, não escapou dos olhos de Charles Haggan, um crítico de artes do New York Times, que flanava pela galeria sem deixar escapar nenhum detalhe…Leia Mais

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Hoje é dia de Gêmeos

Ano passado,  tive a oportunidade de assistir uma mesa redonda com Osgêmeos, visitar a Exposição na FAAP e ainda coloquei na newsletter do Escritório  uma matéria sobre eles escrita por Tania Menai.

Compartilho com vocês a matéria.

Aproveitem!!

O mundo colorido de Osgêmeos,
Tania Menai, de Nova York

“Grafite não tem máscara. Ou faz parte da rua, ou está na galeria, figurando no cenário da arte contemporânea”, diz o paulistano Gustavo Pandolfo, em Nova York, sentado no chão, com a roupa inteira manchada de tinta, uma furadeira na mão e muitas idéias na cabeça. Ao lado de seu gêmeo idêntico, Otávio, ele compõe a dupla artística Osgêmeos. Simples assim. Inseparáveis desde que se conheceram no útero materno, há 35 anos, os meninos – caçulas de quatro filhos – iniciaram a carreira pintando a parede da sala dos pais, na calada da noite.

Expandiram a arte pelos telhados das vizinhas, tomaram os muros de São Paulo, e hoje pintam desde castelos, como fizeram na Escócia, até museus, como a Tate Modern, de Londres. Tudo sempre a quatro mãos. No ano passado a Deitch Gallery, no SoHo, em Nova York – galeria famosa por abrir seu espaço para artistas do gênero – convidou a dupla para expor. Eles passaram um mês em Nova York, trabalhando 12 horas por dia na galeria preparando a mostra Too Far Too Close (Muito Longe, Muito Perto).

Tudo isso graças ao curador Jeffrey Deitch, dono do bom olho que descobriu a dupla há anos, e lhes concedeu um espaço em Nova York, antes mesmo de qualquer galerista brasileiro reconhecer o talento dos dois.
“O Brasil é um país colorido. E isto está embutido em nosso trabalho”, diz ele, lembrando que sua arte habita hoje espaços de renomados colecionadores brasileiros e internacionais. Certa vez, ao pintar um muro em Coney Island, no Brooklyn, um passante ofereceu 2 mil dólares pelo casaco que Gustavo vestia, todo respingado de tinta. “Recusei. É o meu casaco predileto”, conta o artista, sem um pingo de arrependimento.

Na exposição de Nova York, duas paredes, uma pintada de rosa bebê, outra de verde claro, foram fundos para quadros feitos durante o mês de preparação e outros trazidos de mostras internacionais. Ainda havia esculturas, como uma cabeça gigante, feita em madeira, e caixas de som, pintadas com olho, nariz e boca. Já a parede central foi transformada pela dupla num mural de fundo amarelo ouro, que leva a marca registrada dos gêmeos: muito improviso, cenas do nordeste brasileiro, cores fortes e alegres, estampas criadas por eles, e traços que remetem a sonhos, fantasias, alegrias, e um mundo infantil. Uma das pinturas mostra um enorme peixe, que ilustra as pescarias dos gêmeos com o avô, ainda na infância. Duro imaginar que ao fim da exposição, o próximo artista pintou algo por cima.
A área de trabalho dos gêmeos é uma grande escolinha de arte de gente grande; latex, acrílico, óleo, spray, lixas de madeira, furadeiras, martelos, colagem, luzes e som – tudo espalhado pelo chão, uma grande improvisação. “Este é um reflexo da cultura popular brasileira: se virar com o que se tem”, revela Gustavo.

Antes de começar um trabalho, a dupla troca idéias – neste caso, por exemplo, eles passaram dois meses preparando a vinda para Nova York, e ainda trouxeram três assistentes técnicos brasileiros, especializados em mecânica e eletricidade. São eles que dão interatividade, como luz, movimento e som, à parte do trabalho. “Os estrangeiros são atraídos pela nossa arte da mesma forma que são atraídos pelo Brasil – pelo calor humano, pela beleza feminina, e pelo fato de ficar feliz com o pouco que se tem”, acrescenta.

Em São Paulo, a dupla divide um ateliê e afirma que, apesar de serem irmãos, e passarem tantas horas juntos, não brigam. Nem um pouquinho. Desde pequenos já desenhavam no mesmo papel. “Não importa quem fez o quê. Nunca houve competição entre nós, isto é impensável. O importante é o resultado final, ” diz ele, pregando no quadro um cavalo de madeira de cem anos, que ganhou de uma amiga.
Gustavo diz que a pintura foi sua a porta de saída de São Paulo. “Mesmo pintando um muro no meio do trânsito, começamos a viajar”. Os Gêmeos colocaram o pé na estrada pela primeira vez em 1994, ao pintar no Chile e na Argentina. Mas foi a partir de 1999 que eles decolaram. Já deram pinceladas no Japão, na Austrália, na China, em Cuba, e na Europa quase inteira.

Trabalharam na Lituânia, cidade do avô da dupla, e ainda pintaram, por dentro e por fora, a casa do palhaço russo Slava Polunin, considerado “o melhor do mundo”. Ao circular pelo mundo, a dupla prefere ruas a museus – para eles, há mais referências nas calçadas e metrôs do que em galerias. Contudo, não dispensam visitas ao Metropolitan Museum of Art de Nova York, que segundo Gustavo é um mundo de informação.

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