Bel Miller e suas “Evas”

FRAGMENTOS DE EVA

O universo feminino é infinito, misterioso e complexo.
É feito de caminhos belos, doces e delicados, unidos à caminhos árduos e sofridos, que são percorridos com passos firmes.

É sobre isto que Bel Miller fala: mulheres e os elementos que gravitam neste imenso mundo de objetividade e subjetividade. Suas cabeças são suas sentenças. A cabeça é parte do corpo presente (e em outras ausente) em muitos dos trabalhos da artista, apresentada de forma instigante e com devida importância, pois abriga sonhos, conflitos, sentimentos, sentidos.
Suas mulheres dançam, cantam, sonham… buscam seu lugar no mundo,
mergulham em mares profundos e ressurgem coloridas e vivas.

Eva é o nome que representa as mulheres que fazem parte do repertório
criativo da artista. Cada obra conta uma história e não se repete.
É única, como é única e especial a vida.

Nascida em família gaúcha, Bel ainda menina, criava suas próprias bonecas com retalhos de pano. Usando tecidos, agulhas e tesoura dava asas à sua imaginação e construia os seus sonhos em forma de personagens.
Hoje, a artista que encontrou na colagem o fundamento de sua linguagem artística, desenvolve seu trabalho com a mesma paixão de uma menina, de forma lúdica, mas aliada à uma pesquisadora atenta e perfeccionista.

Bel trabalha cuidadosamente a madeira, utilizada como suporte da maioria de suas obras, que são tratadas com avançados processos químicos para evitar empenamentos, rachaduras, fungos, tornando-a suave e eterna como a seda.
Na composição do quadro, a artista mescla tinta acrílica, lápis aquarelável,cola, papel, folhas de ouro, oxidantes, lixa, verniz, servindo-se apenas de bons produtos, que lhe garantem a indispensável durabilidade.

Com perfeição técnica, integra a pintura e a colagem, dando fundo e
contorno aos elementos habilmente inseridos num contexto quase sempre
provocador e faz com que numa visão de beleza, paremos para refletir sobre aquelas mulheres, sobre o todo e sobre os fragmentos.
Sobre os Fragmentos de Eva.
Sobre os nossos fragmentos.

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